segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ASSÉDIO MORAL

Enfrentar uma situação de assédio moral no trabalho é cada vez mais comum. Para se ter uma ideia, o número de processos investigatórios instaurados pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro aumentou 588,2% nos últimos quatro anos. Some-se a isso a dificuldade de lidar com o problema: a vivência repetida e prolongada de circunstâncias humilhantes e vexatórias durante a jornada de trabalho, como exigência de missões impossíveis, delegação de tarefas inexpressivas, desqualificação do empregado, perseguição e desrespeito às atribuições estabelecidas por contrato.
Sair desses e outros constrangimentos é delicado, mas especialistas dão dicas de como tentar resolver a questão de cabeça erguida.
O que é assédio moral?Assédio moral é a exposição de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras pelo patrão ou chefe por repetidas e prolongadas vezes durante a jornada de trabalho. Não é um fato isolado, mas uma conduta que tem longa duração e é caracterizada por ser desumana e desprovida de ética, de uma maneira que desestabiliza o funcionário. "É uma relação de poder distorcida entre a hierarquia superior e os subordinados. Como quando há uma cobrança excessiva, inclusive exigindo a repetição da tarefa sem necessidade por várias vezes; pedidos frequentes para se chegar antes do horário e executar um serviço que não é adequado à função; além da desqualificação do trabalho do empregado com ofensas ou com atribuição de tarefas menores", aponta o psicólogo Lindomar Darós. Estabelecer metas impossíveis de se realizar, cobrar por elas de maneira vexatória, atacar à vida pessoal, limitar idas ao banheiro e dificultar o acesso ao material de trabalho são outros exemplos comuns de assédio moral.
A conduta ilícita acaba se transformando em perseguição e violência psicológica. A vítima do assédio costuma ser isolada do grupo sem mais explicações e passa a ser hostilizada, ridicularizada e desacreditada diante da equipe. "O objetivo desse tipo de chefe é que o funcionário troque de departamento ou se sinta forçado a desistir do emprego. O assédio é muito praticado na esfera pública, onde o empregado não pode ser demitido sem solenidade", diz o procurador Wilson Prudente.

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©2007 '' Por Elke di Barros